30 novembro, 2008

Laqueação de Trompas

Desta vez vamos falar sobre laqueação das trompas que é o contraceptivo cirúrgico utilizado na mulher e que provoca a sua esterilização.
Semelhantemente ao que acontece na vasectomia, na laqueação de trompas efectua-se o corte ou bloqueamento das vias genitais femininas (trompas de falópio), de modo a impedir a passagem dos oócitos II. Em vez do corte ou estrangulamento, também se podem queimar as trompas ou usar fios de sutura para cozê-las, entre outros.



É um tratamento muito seguro e eficaz, mas requer internamento e a realização por um médico especialista porque, se a cirurgia não correr bem, a mulher pode sofrer uma menopausa precoce, algo que é irreversível.
É preciso ter em conta que, apesar de possível, a cirurgia de reversão implica riscos acrescidos e um menor sucesso quanto maior for o tempo entre a laqueação e a reversão. Os processos mais fáceis de reverter são aqueles em que se usa um anel de plástico ou um clipe de titânio, porque lesionam menos o tecido das trompas.


Para aquelas mulheres que se arrependem de ter feito a laqueação de trompas, mas não se querem sujeitar à cirurgia de reversão, existe sempre o recurso à fecundação in vitro (FIV) ou à inseminação artificial (IA), que são processos de PMA que iremos abordar mais tarde. Mas com estes processos as mulheres não se tornam férteis novamente.
Como tal, antes de recorrerem a uma laqueação de trompas, devem ponderar bem certos aspectos, como por exemplo, terem noção do que será o vosso futuro, ter conhecimento daquilo a que se vão sujeitar e quais as suas consequências e, caso decidam avançar, procurem um médico de confiança.

DESAFIO!
As estatísticas mostram que o número de laqueações de trompas é muito superior ao número de vasectomias. Porque será?

24 novembro, 2008

Vasectomia ou Deferentectomia


Este e os próximos textos serão esclarecedores quanto à contracepção cirúrgica que, apesar de ser um método bastante eficaz quanto à prevenção de uma gravidez, NÃO impede o contágio de doenças sexualmente transmissíveis (DST), agora mais apelidadas de infecções sexualmente transmissíveis (IST).


A vasectomia ou deferentectomia é a contracepção cirúrgica usada nos homens, em que se pratica uma incisão na pele do escroto, chegando aos canais deferentes onde é feito o estrangulamento ou corte e se prendem as pontas de forma a impedir a passagem dos espermatozóides. É uma cirurgia de esterilização definitiva, o que impedirá o homem de ter filhos. Portanto, deve-se pensar bem antes de fazer a vasectomia até porque, apesar de possível, a cirurgia de regressão, para além de implicar maiores cuidados, também terá menor sucesso, principalmente, se passar muito tempo entre a vasectomia e a cirurgia de regressão.

Após a vasectomia, o homem não deve ter relações durante 7 dias e deve continuar com o uso de outros métodos contraceptivos até 60 dias pois alguns espermatozóides podem ainda permanecer vivos. Apesar disso, não deixa de ser o método contraceptivo permanente mais eficaz no homem e os seus riscos são mínimos. Podem acontecer alguns hematomas, inflamações nos testículos e infecções raras, mas nada mais grave do que isso.


DESAFIO!
Não será excessivo recorrer a um método tão drástico sabendo que, caso voltem a querer ter filhos, será difícil reverter a operação?
Esclarecimento: O texto foi reformulado e o Desafio alterado, em virtude de, por lapso, se ter referido "até aos 60 anos" quando se queria dizer "durante 60 dias". Pedimos desculpa pelo sucedido.

16 novembro, 2008

Abstinência Periódica

Método do Calendário

Agora iremos falar de um método vulgarmente conhecido como o do calendário. Neste método, a mulher terá de anotar, num calendário, o 1º dia da sua menstruação durante 12 ciclos consecutivos, para que possa saber, com alguma certeza, o tempo que dura o seu ciclo menstrual. Cada ciclo é contado desde o 1º dia em que surge o fluxo menstrual, até ao dia anterior ao surgimento do fluxo seguinte. Depois, pode-se calcular o período fértil.

Para se calcular o período fértil deve proceder-se da seguinte forma:
· Subtrair-se 11 dias ao ciclo menstrual mais longo e 18 dias ao ciclo mais curto.
Exemplo: Mulher com ciclos menstruais entre 25 a 30 dias.
25 - 18 = 7 30 – 11 = 19
Nesta mulher, o período fértil será entre o 7º dia e o 19º dia do ciclo. Entre estes dias a probabilidade da mulher engravidar, sem usar nenhum método contraceptivo, será maior.

Método do muco cervical:

Este método, também conhecido como método de Billings, baseia-se nas alterações do muco cervical que ocorrem ao longo do ciclo menstrual. Este muco é produzido no colo do útero (cérvix), o qual varia de aspecto e consistência ao longo do ciclo.

O muco pode sofrer muitas variações:
· Após a menstruação, normalmente não existe muco. Estes dias são considerados seguros. A probabilidade da mulher ficar grávida se tiver relações sexuais é muito reduzida;

· Depois desta pequena fase, o muco começa a aparecer com um aspecto grosso, pegajoso e esbranquiçado ou amarelado;

· Perto da ovulação, o muco vai-se tornando mais líquido, transparente e elástico, atingindo o máximo da sua fluidez. Ao último dia do muco com estas características chama-se dia do auge. Os dias em que há secreção do muco com estas características são aqueles em que não se deve ter relações sexuais se não se quiser engravidar.

Para que este método seja mais eficaz, terá de ser feita uma observação diária do muco cervical, retirando-o da vagina com dois dedos, para que se possa testar a sua elasticidade, uma vez que esta, durante o período fértil se apresenta muito reduzida, quando o muco é distendido entre dois dedos.

Desafio! :
Neste mundo cientificamente tão avançado e em que o planeamento familiar está ao alcance de todos, achas que ainda faz sentido continuar a recorrer a estes dois métodos anticonceptivos?

09 novembro, 2008

DIU


Hoje vamos falar do dispositivo intra-uterino (DIU) que é colocado no interior da mulher por um médico. Este é introduzido na vagina passando pelo cérvix até ficar no útero e deve ser colocado na altura da menstruação pois é quando o cérvix está ligeiramente mais aberto e existe menos probabilidade de que haja uma gravidez.


Este método contraceptivo pode ter várias formas e algumas delas libertam hormonas que dificultam a proliferação do endométrio. Também actuam no muco cervical, tornando-o mais espesso e aumentando, assim, a eficácia deste método.

Os que contêm hormonas, nomeadamente a progesterona, ao fim de um ano têm de ser substituídos. Já os outros que contêm cobre podem permanecer no útero até 10 anos.


O DIU tem vantagens, tais como ter 97% de efícacia na prevenção da gravidez e ter uma maior duração do que os outros.


Contudo este método pode causar vários problemas, como por exemplo:
- aumento de hemorragias durante a mentruação e cãibras, principalmente durante os primeiros meses de uso;
- sangramento entre os períodos menstruais;
- irritação do pénis do parceiro sexual;
- aumento do risco de doença imflamatória pélvica, podendo levar à infertilidade;
- expulsão acidental do DIU que pode resultar em gravidez inesperada;
- o DIU pode unir-se à parede do útero;
- perfuração do útero pelo DIU que pode ainda causar danos noutros órgãos, bem como hemorragias internas;
- problemas graves no feto se o método falhar e houver gravidez.


Desafio!: Muito poucas jovens usam este método anticonceptivo. Sabes porquê?

02 novembro, 2008

Diafragma

Este método, utilizado pelas mulheres, é um anel flexível, revestido por uma membrana de borracha fina.
A mulher deve colocar o diafragma na vagina 15 a 30 min antes do acto sexual e retirá-lo 6 a 8 horas depois da penetração. Durante a relação sexual, este método contraceptivo cobre o colo do útero, criando assim uma barreira que impede a entrada dos espermatozóides.

Este método deve ser usado com aconselhamento médico pois existem diafragmas de vários tamanhos e deve-se escolher aquele que é mais apropriado para a mulher em questão e que tenha uma adequação perfeita.

Convém usar o diafragma em conjunto com os espermicidas para que a sua eficácia seja mais alta, variando assim entre 82 e 97%. Contudo, este método pode falhar por ter sido mal colocado, por ter uma medida inadequada à mulher ou por não ser usado em conjunto com outros métodos.

Este método tem algumas vantagens, tais como ser relativamente fácil de usar e proteger contra algumas doenças relacionadas com o colo do útero. Não diminui o prazer sexual e dura quatro anos, caso seja bem utilizado e não haja mudanças de peso na mulher. Mas, como em todos os métodos, este também tem desvatagens que são: o seu preço e os efeitos colaterais, como por exemplo a irritação vaginal, reacções alérgicas, dor na relação e infecções urinárias.

Atenção: este método não é recomendado a mulheres virgens, alérgicas a borracha e/ou espermicidas ou que tenham tido bebés recentemente.

Desafio!:

Este método não é comercializado em Portugal. Porque é que achas que isso acontece?